
A hipótese de Gaia é uma teoria apresentada em 1972 pelo químico inglês James Lovelock em associação ao biologista americano Lynn Marguilis segundo a qual na Terra toda matéria viva ou inerte definem e regulam as condições necessárias para a continuidade da vida neste planeta. A Terra ou a biosfera está conectada e regulada por um e único e vasto organismo vivo.
A
Hipótese de Gaia tem esse nome em referêcia à deusa grega, a Mãe
Terra e estabelece que, se as codições na biosfera estiverem
desbalanceadas, Gaia tomaria as providências necessárias para
restabelecer o equilibrio. Em outra palavra, homeostasia.
O
novo coronavirus pode ser visto como uma nuvem negra com contornos
prateados. Considere a COVID-19 como um sistema defensivo de Gaia. Um
exército de soldados levando uma poderosa mensagem de que nosso
planeta está doente e algumas medidas corretivas tornaram-se
necessárias para restaurar sua saúde.
Nós fomos empurrados
para nossas casas, despejados do espaço comum que usufruiamos no
planeta Terra. A nossa equivocada gestão do bem comum, alimentada
pela ganâcia e pela intolerância pelo “outro”, pela ignorância
científica, entre outros, transformaram Gaia em uma paciente de UTI.
Gaia está doente pelos efeitos devastadores do aquecimento global,
poluição de nossa atmosfera, litofera e hidrosfera.
O
coronavírus nos trouxe um aviso terrível e uma lição. Uma lição
de que, acima dos preconceitos, existe uma única espécie humana na
qual esse organismo minúsculo – porém poderoso – pode penetrar
e se ligar. Pode assim tomar o controle de suas células e se
replicar, com o potencial de dizimar a espécie humana.
- Não podemos nos dar ao luxo de ignorar sua lição óbvia e inerente. Temos a oportunidade e somos forçados a refletir sobre o que realmente importa para moldar uma vida de qualidade com a família, amigos e a comunidade global. Esse mensageiro invisível que pode atravessar todas as barreiras que tradicionalmente nos dividiram e causaram desigualdade social e econômica, animosidade, guerras, etc. É um grito de apelo ao Homo sapiens.
O que podemos aprender: - Una e viva em harmonia, superando barreiras construídas sobre discriminações;
- Viva com compaixão para com todas as espécies ou você será dolorosamente desconectado de seus entes queridos e forçado a se isolar.;
- Limpe e use sabiamente a sua única casa real – a biosfera – ou você será banido;
- Preste atenção aos sinais de alerta de um ecossistema perturbado e doente
Um sinal claro e visível dos contornos prateados da nuvem negra que nos ameaça, um exemplo de esperança, vem do epicentro da pandemia. Antes da crise, a atmosfera de Wuhan apresentava altos níveis de poluição do ar, com forte neblina e céu cinzento o tempo todo. Depois de um mês de quarentena sem tráfego, refreando fábricas e outras fontes de poluição, as pessoas ficaram emocionadas ao respirar ar puro. Eles não experimentavam isso havia anos em Wuhan.
É hora de refletir e adotar ideias criativas para agir coletivamente para melhorar a qualidade do nosso ambiente. Também é uma oportunidade para nos lembrar de que estamos todos conectados.
Precisamos de um novo paradígma para a ação global.
Nosso atual caos-corona pode ser visualizado como um “efeito borboleta” baseado em um conceito da Teoria do Caos, em que o simples bater de asas de uma borboleta no Brasil pode causar um tornado distante no Texas. Não há como prever com antecedência que algo tão sutil e pequeno como o bater de asas de uma borboleta pode levar a resultados dramaticamente diferentes.
Nossa lição de casa: Pense globalmente, aja localmente!
- Consuma com sabedoria e parcimônia, alimente-se de forma saudável;
- Recuse o uso de produtos descartáveis, adote a coleta seletiva de resíduos domésticos;
- Use menos o seu carro, use mais a bicicleta, apoie e adote iniciativas de mobilidade urbana não poluentes;
- Eleja uma iniciativa social, apoie, envolva-se, participe;
- Cuide do seu bairro, conheça seus vizinhos, ajude a criar uma noção de comunidade e ajude a cuidar dela.
- Quando voltar a viajar, considere conectar-se mais com as pessoas que te servem. Respeite e aprenda com outras culturas.
Sati Sil, que trabalhou como educadora na Índia, Etiópia e Nigéria, é aposentada do distrito das Escolas Públicas de Salem-Keiser. Você pode entrar em contato com ela pelo e-mail satisil7@yahoo.com
tradução livre do texto originalmente publicado no site https://www.statesmanjournal.com/